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A estratégia do PCC para expandir controle de portos pelo Brasil

Cleiton Santana, sócio do Grupo BSO, e Ratinho Jr. durante anúncio de investimento no Porto de Paranaguá. Foto: Roberto Dziura

Um grupo empresarial investigado por ligações com o PCC tentou assumir o controle de terminais portuários estratégicos na costa brasileira. O Grupo BSO, alvo da operação Carbono Oculto, já controla um terminal no porto de Paranaguá, após um acordo com o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), e buscava operar nos portos de Maceió e Santos, o mais movimentado do país, em negócios que poderiam movimentar R$ 3 bilhões.

Sob sigilo, investigadores afirmaram à BBC News Brasil que a tentativa do PCC de controlar terminais portuários pode atender tanto às atividades da facção no setor de combustíveis quanto no tráfico de drogas. A concretização das operações deixaria portos sob controle do grupo por até 25 anos.

Procurado, o Grupo BSO confirmou as tentativas de obter o controle de portos, mas negou envolvimento com o PCC. O grupo tem sede na avenida Faria Lima, coração financeiro de São Paulo, e foi um dos alvos da operação que investiga a ramificação da facção no setor de combustíveis.

As investigações revelam que empresas ligadas à facção operam em todas as etapas do setor de combustíveis, com estimativa de movimentação de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024. O governo brasileiro tratou as operações como as maiores já realizadas contra o crime organizado no país.