Apoie o DCM

A indireta de Eduardo que expõe um racha no bolsonarismo

Eduardo Bolsonaro

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) classificou como “no mínimo confusa” a demissão de Fabio Wajngarten, ex-assessor de seu pai, Jair Bolsonaro, do Partido Liberal após a divulgação de mensagens com críticas a uma possível candidatura de Michelle Bolsonaro à Presidência. Em postagem no X, Eduardo destacou a lealdade de Wajngarten mesmo fora do partido e afirmou que o ex-assessor de imprensa de seu pai mantém postura firme e contribui com o bolsonarismo por princípios.

Wajngarten foi exonerado do PL em maio, após a Polícia Federal apreender mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, nas quais ambos ironizam a ideia de Michelle ser lançada candidata por Valdemar Costa Neto. Em um dos trechos, Cid afirma preferir votar em Lula, enquanto Wajngarten questiona “em que mundo o Valdemar está vivendo?”. Cid ainda diz que Michelle “será destruída” se entrar na política, alegando fragilidades em sua personalidade.

Apesar da demissão e da exposição pública das conversas, Wajngarten participou da manifestação bolsonarista na avenida Paulista no último domingo, ao lado de Jair Bolsonaro e aliados como o governador Tarcísio de Freitas. A presença do ex-assessor foi interpretada por Eduardo como sinal de compromisso com o movimento, mesmo diante das circunstâncias adversas. “Isso chama-se lealdade posta à prova”, escreveu.

O episódio revela fissuras internas no PL e na família Bolsonaro, num momento de indefinição sobre os rumos da extrema direita para 2026. Com Jair Bolsonaro inelegível, cresce a disputa em torno de quem será o novo nome do grupo. Michelle, tida por parte do partido como opção viável, enfrenta resistências internas. A manifestação de Eduardo amplia a tensão entre os núcleos político, familiar e partidário do bolsonarismo.