A menina que morreu após 3 dias soterradas e virou símbolo de descaso de autoridades

Em 13 de novembro de 1985, o vulcão Nevado del Ruiz entrou em erupção, desencadeando uma avalanche de lama e destroços que soterrou a cidade de Armero, na Colômbia, matando mais de 23 mil pessoas. Entre as vítimas estava Omayra Sánchez Garzón, uma adolescente de 13 anos que ficou presa nos escombros por três dias antes de morrer. Sua história comoveu o mundo e se tornou símbolo de uma tragédia que poderia ter sido evitada.
Autoridades locais já alertavam sobre o risco de erupção semanas antes, mas o governo priorizou conflitos com guerrilheiros. Quando o vulcão explodiu, o derretimento das geleiras formou lahars, fluxos mortais de lama e detritos que engoliram Armero. Omayra foi encontrada com vida, mas presa sob os escombros de sua casa, com as pernas imobilizadas pelo corpo da tia falecida. “Mamãe, se você me ouve, quero que reze para que tudo termine bem”, disse ela em entrevista durante o resgate.
Apesar dos esforços, não havia equipamentos para salvá-la. Após 60 horas de agonia, Omayra morreu em 16 de novembro, vítima de hipotermia ou gangrena. Sua resistência foi registrada em uma foto icônica do francês Frank Fournier, que correu o mundo. A imprensa internacional e escritores como Isabel Allende e Eduardo Santa imortalizaram sua história, enquanto a população culpava o governo pela negligência.
40 anos depois, a tragédia de Armero segue como um marco de falhas institucionais. Geólogos haviam mapeado os riscos, mas a falta de ação e comunicação custou milhares de vidas.