A Moro, Meirelles diz que não presenciou nada “ilícito ou ilegal” no governo Lula
Da Tarde:
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse não ter presenciado nada “ilícito ou ilegal” durante o governo Luiz Inácio Lula da Silva, quando foi presidente do Banco Central. Meirelles também afirmou que sua relação com parlamentares se restringia a depoimentos em comissões e não teve conhecimento sobre compra de apoio no Congresso Nacional.
As declarações foram dadas em depoimento por videoconferência ao juiz Sérgio Moro, em ação penal no âmbito da Lava Jato, que investiga supostos crimes de lavagem de dinheiro do ex-presidente. O vídeo do depoimento foi divulgado nos autos do processo.
No vídeo, Meirelles é questionado apenas pela defesa do ex-presidente. Moro não fez nenhuma pergunta e chegou a brincar que teria questionamentos econômicos, mas que aquela não era a ocasião apropriada para fazê-los.
A defesa de Lula perguntou se o ministro, enquanto presidente do Banco Central, identificou alguma prática indevida, como, por exemplo, Lula comandar um esquema de corrupção no governo. “Minha relação com o presidente era totalmente focada em assuntos do Banco Central ou de política econômica. Nunca vi ou presenciai nada que pudesse ser identificado como ilícito ou ilegal”, afirmou.
Os advogados de Lula também perguntaram a Meirelles se, no contato com parlamentares para cumprir funções do Banco Central, ele teria tomado conhecimento de algum dado que pudesse indicar que o governo estaria promovendo a compra de apoio para expandir sua base no Congresso.
Meirelles respondeu que a relação dele com o Parlamento se restringia a depoimentos em comissões e à prestação de contas do BC ao Senado. Sob seu comando, reforçou, a autoridade monetária não se envolveu em políticas de governo ou na relação com parlamentares.
“Não tive conhecimento (sobre compra de apoio), porque minhas presenças no Congresso diziam respeito exclusivamente a assuntos do BC. Para ser mais preciso, pode ter havido algum parlamentar que pediu audiências ao BC para mencionar situação específica de interesse do Banco Central, mas não tive nenhum tipo de conhecimento ou interação com outros assuntos que não fossem do BC”, afirmou Meirelles.
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