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A morte misteriosa de Testemunha de Jeová que a PF investiga

Paulo Amaro Freire tirou a própria vida aos 53 anos. Foto: reprodução

A Polícia Federal (PF) abriu investigação contra Testemunhas de Jeová após o Ministério Público Federal (MPF) reabrir o caso da morte de Paulo Amaro Freire, 53 anos, diagnosticado com esquizofrenia. O fiel, que morreu em dezembro de 2023 em Bataguassu (MS), teria sido submetido a trabalho análogo à escravidão, cárcere privado e alimentação restrita a pão e água por membros da congregação, segundo denúncia do advogado Enio Martins Murad.

“O homem estava tomado por perturbações decorrentes da exploração praticada por membros da seita religiosa”, afirmou Murad. Paulo teria cometido suicídio pouco depois de voltar para a família. O MPF identificou indícios de crimes como tráfico de pessoas, violência psicológica e instigação ao suicídio em diferentes regiões do país, envolvendo a organização religiosa.

O procurador Marcelo José da Silva destacou que “há relatos sérios sobre o aproveitamento de indivíduos vulneráveis sob justificativa de serviço religioso”. Em despacho de 23 de maio, o MPF reconheceu que documentos apresentados pela família, incluindo exames médicos e a certidão de óbito, apontam para “violação generalizada de direitos fundamentais”.

A investigação analisa se líderes da congregação se aproveitaram sistematicamente da condição de saúde mental de fiéis para exploração.