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A nova bomba de combustível que promete acabar com golpes do PCC

Bomba criptografada vai custar entre 20% e 30% mais que a tradicional
Imagem: Ipem

A Operação Carbono Oculto, que revelou a atuação do PCC (Primeiro Comando da Capital) no setor de combustíveis, revelou que fraudes em postos vão muito além da adulteração da gasolina. Entre os golpes mais comuns está a “bomba baixa”, em que o painel mostra mais litros do que realmente entram no tanque. Para combater esse esquema, uma nova tecnologia já começou a ser implementada no Brasil: a bomba medidora criptografada, que será obrigatória em todos os postos até 2029.

Esses equipamentos contam com assinatura digital inviolável, que registra cada abastecimento com um “carimbo eletrônico”. Se houver tentativa de adulteração, a bomba trava ou emite alerta. Além disso, o sistema possui monitoramento remoto e memória protegida, dificultando a ação de criminosos. Hoje, São Paulo já conta com 171 postos equipados com esse modelo, segundo o Ipem-SP.

O custo ainda é um desafio. A bomba criptografada custa de 20% a 30% mais que a tradicional, mas especialistas defendem que a transição é viável, especialmente com linhas de financiamento em discussão. Enquanto a tecnologia não chega a todos os postos, especialistas orientam motoristas a observar sinais de fraude, como preços muito abaixo da média, ausência de selo do Inmetro e recusa em emitir nota fiscal.

Apesar de não interferir na qualidade do combustível, que continua sob fiscalização da ANP, a nova bomba representa um avanço contra um golpe quase impossível de ser percebido pelo consumidor. A expectativa é que, com a ampliação do uso, os motoristas passem a escolher postos mais seguros, pressionando o mercado a adotar a tecnologia antifraude.