A palavra de Deus é usada para colocar mulheres em posição submissa ao homem, diz pastora feminista

DO UNIVERSA
O discurso de que a palavra de Deus coloca a mulher em posição de submissão ao homem sempre incomodou a pastora Odja Barros. “Argumentar dizendo ‘É bíblico’ é terrível. Impede o diálogo, é simplesmente para fechar uma postura conservadora e encerrar a conversa. Eu discuto, hoje, como especialista”, diz a pastora da Igreja Batista do Pinheiro, em Maceió.
Agora doutora em Teologia, ela concluiu sua tese estudando o feminismo sob a ótica cristã e afirma: existe um uso indevido do cristianismo para manter a mulher em papel de submissão. “Usam e abusam da palavra, dizendo que é de Deus, para tentar colocar de novo as mulheres em lugar de submissão e de inferioridade”, afirma a Universa.
A pastora Odja prepara um livro, que deve sair em abril, com achados de sua pesquisa. A ideia é ajudar a derrubar muros machistas que ainda permeiam o cristianismo. Para ela, há um uso indevido da Bíblia como “instrumento de legitimação de um projeto de poder.” “Grupos privilegiados desejam retomar com força a supremacia machista, branca e de classe média”, diz, citando que Jesus Cristo foi um dos maiores defensores da causa feminista.
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Há exatos 20 anos, ela criou o grupo de estudos bíblicos do feminismo chamado Flor de Manacá. “Essa onda conservadora, assustadora, de intolerância, de ódio em nome de Deus, em nome da fé, em nome da defesa de um purismo cristão, me assusta profundamente, mas ao mesmo tempo me desafia”, afirma.
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