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“A prisão militar apagou em mim a atração sexual e sentimental por homens”, diz Caetano

Do Globo:

Caetano Veloso. Foto: Reprodução/YouTube

O cantor e compositor Caetano Veloso encerrou o penúltimo dia da Flip 2020 questionando o binarismo sexual e de gênero ao lado do filósofo Paul B. Preciado. Preso na ditadura militar sob a acusação de ser um cantor “subversivo e desvirilizante”, Caetano afirmou que os 54 dias que passou encarcerado apagaram nele a atração por outros homens, e explicou por que, na juventude, recusava ser identificado como “bissexual”.

— Fiquei numa solitária. Depois de alguns dias sem ninguém falar comigo, deitado no chão, houve uma espécie de apagamento do meu reconhecimento de mim mesmo. Senti que Narciso estava, de fato, em férias — lembrou o cantor, fazendo referência a seu livro “Narciso em férias”, onde detalha a prisão, e que deu origem ao documentário homônimo. — O espaço muito masculino da prisão militar causou um outro apagão aqui, que foi a atração sexual e sentimental por homens. Fiquei com uma rejeição sexual em relação à figura dos homens, que eu não tinha.

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