A TV em preto e branco e o dia em que o Brasil viu cores pela 1ª vez

Até o início dos anos 1970, a televisão brasileira era um espetáculo em preto e branco. As famílias se reuniam ao redor do aparelho — muitas vezes com tela pequena e “gambiarra” na antena — para assistir novelas, programas de auditório e o noticiário. A imagem granulada e os chiados faziam parte da experiência. Mesmo assim, o impacto da TV na vida cotidiana foi profundo, mesmo antes da chegada das cores.
A mudança histórica começou em 19 de fevereiro de 1972, com a primeira transmissão em cores durante a Festa da Uva, em Caxias do Sul (RS). Foi um teste feito pela TV Difusora, com apoio do governo e da então recém-criada Embratel. A cobertura foi simbólica, mas o passo definitivo veio meses depois, com o início das novelas e dos programas de variedades já em cores. O país, então, começava a assistir à televisão com outros olhos.
A novidade foi recebida com encanto, mas também com obstáculos. Poucas famílias tinham recursos para trocar seus aparelhos e a maioria ainda via a programação em preto e branco por muitos anos. Mesmo assim, o avanço era inevitável. Com o tempo, a televisão colorida tornou-se símbolo de status, modernidade e transformação cultural no Brasil. Em pouco mais de uma década, já dominava os lares de todas as regiões.
Relembrar esse momento é também olhar para uma época em que a TV era centro da vida familiar. Foi ali que nasceram ícones como o “Fantástico” e as novelas em cores da Globo.