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A viagem de trem mais concorrida de São Paulo e seu charme histórico

Trem turístico que liga a Estação da Luz, em São Paulo, à vila de Paranapiacaba. Foto: Reprodução/UOL

Conseguir uma passagem para o trem turístico que liga a Estação da Luz, em São Paulo, à vila de Paranapiacaba é quase uma missão. Os bilhetes, vendidos no site da CPTM, esgotam em cerca de três minutos na primeira semana do mês anterior à viagem. O passeio acontece apenas nos fins de semana e é considerado o mais concorrido do estado.

Os vagões, datados da década de 1960, têm ar retrô e são puxados por uma locomotiva eletrodiesel dos anos 1950. Durante o percurso, de quase duas horas, os passageiros podem tirar fotos com um chapéu ferroviário e aproveitar lanches servidos a bordo. Ao chegar, o trem desembarca em Paranapiacaba, vila fundada por ingleses em 1867 no alto da Serra do Mar, o nome em tupi significa “lugar de onde se vê o mar”.

A localidade nasceu para escoar o café do interior paulista até o Porto de Santos, por meio de uma tecnologia inglesa inédita na época: o sistema funicular, que usava cabos de aço para mover os trens montanha acima. As casas de madeira, os banheiros externos e o relógio da estação, feito pela mesma fabricante do Big Ben, mantêm viva a atmosfera vitoriana. A neblina constante dá um ar misterioso à vila, famosa também pela lenda do “trem fantasma”, que, segundo moradores, aparece no 13º túnel da ferrovia.

Hoje, Paranapiacaba abriga museus, feiras e restaurantes, além de trilhas que cruzam a mata. Apesar de seu potencial turístico, moradores e historiadores defendem mais investimento na preservação do patrimônio. Desde 2007, a vila tenta ser reconhecida como Patrimônio Mundial pela Unesco.