ABI pede a Barroso intervenção do STF ou CNJ em condenação de jornalista do caso Mari Ferrer
Após a divulgação de uma nota conjunta assinada por várias entidades, a Associação Brasileira de Imprensa (ABI) fez um apelo ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, pela preservação da liberdade de imprensa, em repúdio à condenação da jornalista catarinense Schirlei Alves. Ela publicou uma notícia revelando detalhes do caso de absolvição do empresário suspeito de estuprar Mari Ferrer.
O presidente da ABI, Octávio Costa, em nota encaminhada ao presidente do STF, afirmou que a recente decisão da juíza Andrea Cristina, que condenou Schirlei a um ano de prisão e ao pagamento de indenização no valor de R$ 400 mil por danos morais, não atinge apenas a profissional. Octávio destacou que é uma ameaça e intimidação a todas e todos os jornalistas, algo inaceitável no Estado Democrático de Direito.
A ABI considera o episódio como parte do contexto de hostilidade e violência a jornalistas e comunicadores alvos de processos judiciais abusivos e intimidatórios. A associação espera uma pronta e ágil reforma da decisão e as devidas providências do Judiciário para pôr fim a esse contexto de hostilidade e violência aos jornalistas em geral. Schirlei foi condenada por revelar detalhes da participação de juiz e promotor em um caso de estupro.
A defesa do empresário recorreu a fotos sensuais da vítima para questionar a acusação de estupro. O promotor pediu a absolvição do réu, recomendação aceita pelo juiz. Schirlei divulgou esses detalhes em uma reportagem do site The Intercept Brasil. O advogado da jornalista afirmou que vai recorrer da decisão. Barroso, questionado sobre o assunto, afirmou que o Supremo sempre atuará na defesa da liberdade de expressão.