‘Achei que fosse um tiro. Fiquei chocado’, diz estudante agredido por PM em manifestação
Agredido por um policial militar em protesto na Greve Geral, em 28 de abril, o estudante de Ciências Sociais Mateus Ferreira, 33 anos, diz que ficou chocado com as imagens da agressão e que no momento chegou a achar que fosse um tiro.
Ele foi atingido no rosto por um cassetete pelo capitão Augusto Sampaio, subcomandante da 37ª Companhia Independente da Polícia Militar na Praça do Bandeirante com a Avenida Anhanguera, no setor Central, em Goiânia.
O estudante passou 18 dias internado no Hospital de Urgências de Goiânia, sendo 11 dias em estado grave, na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). O golpe causou traumatismo cranioencefálico e múltiplas fraturas e ele precisou passar por um procedimento de reconstrução facial.
Na primeira cirurgia, os médicos retiraram pedaços do osso quebrado. A segunda cirurgia foi para reconstruir a parte afetada pela pancada na testa. Mateus ainda está com mais de 30 pontos na testa.
Identificado como autor da agressão, o capitão Augusto Sampaio foi afastado do cargo de subcomandante de um batalhão da PM em Goiânia e está exercendo funções administrativas. Em 4 de maio, a Polícia Civil abriu um inquérito para apurar abuso de autoridade do capitão.
Na ficha de Sampaio, consta envolvimento em outras quatro ocorrências de agressão em 12 anos, mas nenhuma punição.
