Acordo com China sinaliza afastamento da Rússia do Ocidente
A China é o parceiro comercial mais importante da Rússia: cerca de dois terços das importações chinesas do país são petróleo ou gás natural. Um novo acordo bilionário de exportação de petróleo e gás, selado nesta quarta-feira entre os dois países, reforça a importância desta relação.
É um acordo que vinha sendo forjado há muito tempo, com os chineses hesitantes sobre os custos. Mas os valores contam apenas parte da história.
O acordo acontece em um momento em que as tensões entre a Rússia e o Ocidente aumentaram, principalmente por causa da crise na Ucrânia.
E o problema não é só a Ucrânia: há diferenças fundamentais entre os dois lados a respeito da Síria e sobre a direção para a qual o presidente Vladimir Putin está conduzindo o país.
De fato, em alguns momentos Putin parece estar posicionando a Rússia como um polo alternativo em relação ao que ele parece considerar valores decadentes do Ocidente.
Portanto, o acordo entre a estatal russa Gazprom e a chinesa Corporação Nacional de Petróleo pode simbolizar um momento importante de transição, quando, tanto em termos econômicos quanto geopolíticos, o olhar da Rússia começa a se voltar mais para o Oriente do que para o Ocidente.
Mas a “guinada oriental” da Rússia também tem seus problemas. Mesmo que o país se considere uma potência “eurasiática” em termos geográficos, Pequim é claramente o ator em ascensão.
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