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Açougue que vendia ossos retira placa após repercussão negativa nas redes sociais

Veja os ossos
Açougue em Florianópolis que anunciou venda de ossos de boi; Procon catarinense pediu a suspensão da prática – Reprodução/G1

Procura por osso de boi nos açougues em Florianópolis inflacionou as partes bovinas mais dispensáveis. Comumente doado, ou vendido a preço simbólico, a imagem do cartaz em um açougue com a anotação “R$ 4 kg. Osso é vendido, não doado” gerou repercussão nas redes sociais. Vieram críticas do Procon, o que levou o estabelecimento a retirar o anúncio dos ossos.

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Venda de ossos que sumiu

Cenas como a de um caminhão de ossos no Rio de Janeiro sendo disputado pela população evidencia a crise econômica vivida pelas famílias mais carentes com a alta no preço dos alimentos, a disparada do valor do botijão de gás e o crescente desemprego.

Essa cobrança dos açougues em Santa Catarina pelo quilo do osso de boi chamou a atenção do Procon Estadual, que determinou a suspensão da cobrança sob pena de prática de “vantagem excessiva”, segundo prevê o artigo 39 do Código de Defesa do Consumidor. ​

De acordo com a Folha de S.Paulo, a cobrança, segundo Tiago Silva, diretor do Procon estadual, é usada como barreira para afastar justamente os mais pobres.

“A forma como foi colocado aquele cartaz, com aqueles dizeres, tem um intuito claro de afastar as pessoas que vão pedir ossos no açougue. É desumano, sabendo a situação que muitas famílias hoje se encontram”, disse à reportagem.

Após a notificação, o açougue em Florianópolis tirou a placa e suspendeu a venda de ossos. Por telefone, a proprietária, que pediu anonimato, disse que sempre doou ossos de boi, mas que a cobrança passou a ser praxe entre os açougues da região.

“Estou muito chateada com toda exposição que tivemos. Eu já doei muito, e todos vendem, agora não vamos mais vender nem doar”, disse.