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Advogada que ajudou a produzir dossiê contra Prevent Senior conta como a empresa persegue profissionais

Painel exibe prontuário médico da mãe de Luciano Hang na CPI da Pandemia. Foto: Roque de Sá/Agência Senado
Painel exibe prontuário médico da mãe de Luciano Hang na CPI da Pandemia. Foto: Roque de Sá/Agência Senado

A advogada Bruna Morato, uma das profissionais que ajudou a produzir o dossiê com denúncias contra a operadora de saúde Prevent Senior, contou ao jornal El País como a empresa está, há mais de um ano, perseguindo funcionários. Bruna comparecerá à CPI da Pandemia, no Senado, na terça-feira (28).

Bruna Morato representa 12 médicos que trabalharam ou ainda trabalham na Prevent Senior e promete “levar a verdade” à Comissão Parlamentar de Inquérito.

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A advogada diz ter documentos que respaldam o conteúdo do dossiê apresentado aos senadores da CPI. Na semana passada, o diretor-executivo da operadora de saúde, Pedro Benedito Batista Júnior, tentou refutar o dossiê na Comissão.

Bruna Morato diz que o documento é resultado de um ano e meio reunindo as denúncias apresentadas por seus clientes e encaminhadas ao Ministério Público. Ela explica que ao longo desse tempo, a Prevent Senior “caçou” os funcionários que faziam denúncias, para servirem de “exemplo”.

Ela diz que recebeu as primeiras denúncias sobre o uso da cloroquina e outros remédios ineficazes contra a Covid ainda em março de 2020.

“Eu também levei muito tempo para acreditar na história. Obviamente tive que pedir provas, documentos. Busquei pacientes para checar as denúncias. As coisas foram acontecendo como uma bola de neve. Tudo foi duplamente checado”, afirma.

Sobre a tentativa de Pedro Benedito de desqualificar o relatório, a advogada diz que “as informações foram entregues aos senadores de forma integral pelo Conselho Regional de Medicina [de São Paulo, Cremesp]. São mais de 4.000 páginas devidamente apresentadas pela própria instituição, em ordem cronológica, com a evolução do dia a dia dos pacientes. Nós apenas indicamos onde estavam essas informações, para que os senadores pudessem solicitá-las ao organismo”.

Morato reafirma, também, que as mensagens de celular que os senadores mostraram na sessão que ouviu Pedro Benedito foram entregues de forma integral, sem cortes ou edições.

Outra informação do diretor-executivo da Prevent Senior que Morato desmente é a de que os médicos denunciantes teriam sido demitidos por “graves falhas éticas e morais”. A advogada falou que a empresa sequer sabe quem eles são e que apenas “intui” quem são e promove as demissões.

Sobre seus clientes, a advogada diz, ainda, que “eles amam seus paciente e só querem prestar um bom serviço médico, trabalhar com autonomia e dar o tratamento correto”. Porém, segundo ela, eles não possuem autonomia: “a partir do momento em que existe um conceito arraigado de lealdade e obediência dentro de uma instituição como a Prevent Senior, não existe autonomia”.

Com informações do El País