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Advogado alega que trechos de áudios da ditadura podem estar incompletos: “Suprimidos”

Militares fazem um cordão de isolamento durante comício na Central do Brasil, no Rio de Janeiro Foto: ARQUIVO/ 13-03-1964

Após 20 anos de uma batalha judicial com o STM, o advogado Fernando Fernandes conseguiu ter acesso aos áudios de gravações de julgamentos de presos políticos da época da ditadura. Em entrevista ao Globo, ele revelou que existem indícios de que o material entregue está incompleto.

Segundo o jurista, ainda não é possível afirmar com clareza o teor do que teria sido suprimido, mas, em 2017, já foi possível identificar sessões que não constam no material. Apenas do ano de 1976, foram contabilizadas 63 sessões com gravações faltantes.

“Nos arquivos que nos foi entregue, já encontramos indícios de elementos faltantes, partes de áudios suprimidos. Houve uma resistência manifesta durante 20 anos (por parte do STM para entregar as gravações), mas sequer temos a certeza de que o material entregue, nesse caso, seja a integralidade dele”, afirmou o advogado.

Do compilado, que abrange os anos de 1975 a 1985 e contabiliza mais de dez mil horas de gravação, Fernando Fernandes optou por fazer um recorte em sua pesquisa até o ano de 1979, data da Lei da Anistia no Brasil, totalizando mais de 17 mil áudios. A intenção de Fernandes é, ao finalizar o levantamento, entrar com um novo pedido de acesso aos áudios junto ao STM. Procurado, o órgão militar não se pronunciou.

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