Advogado compara ação de Bolsonaro e filhos à dos militares derrotados na década de 80: “chafurda”

De Luís Francisco Carvalho Filho, advogado criminalista, na Folha de S.Paulo.
Os mais antigos se recordam. Fase final da ditadura. Em 1982, paróquias da cidade recebem o jornal O São Paulo, editado pela Cúria Metropolitana, com o “mea culpa” do cardeal Paulo Evaristo Arns na manchete —“por tudo aquilo que vem acontecendo de errado na Igreja de nosso tempo”.
O exemplar ideologicamente falso tem as dimensões e o padrão gráfico do original: cabeçalho, data (Semana de 20 a 26 de agosto), expediente e até publicidade.
É um modelo clássico de fake news que antecede o universo digital, produzido para confundir leitores e reafirmar compromissos criminosos de resistência à abertura política.
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Há algo de semelhante na gênese do grotesco ataque desferido contra o jornal católico no século passado e a cafajeste onda de ofensas à jornalista Patrícia Campos Mello, que também atinge as mulheres e a Folha.
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O presidente Jair Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro, símbolos deste movimento sórdido de difamação, chafurdam no mesmo lamaçal em que chafurdavam, na década de 1980, facções clandestinas de militares e inimigos da democracia.