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Advogado de Dr. Jairinho orientou testemunhas a dar entrevista antes de depoimento

Após a morte do enteado Henry Borel, o vereador Dr. Jairinho ligou para políticos do Rio de Janeiro
Foto: Renan Olaz – 2.abr.2019/Câmara Municipal do Rio de Janeiro

De Iuri Corsini e Elis Barreto na CNN Brasil.

Em depoimentos realizados à Polícia Civil após a morte do menino Henry, a babá da criança e a empregada que trabalha na casa da mãe de Henry afirmaram que foram orientadas a concederem entrevistas a uma rede de televisão local, antes de prestarem seus depoimentos à polícia. Leila Rosangela, empregada doméstica que trabalha na casa de Monique, mãe de Henry Borel, afirmou que as perguntas que a repórter fez foram as mesmas que o advogado havia feito momentos antes da entrevista.

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Rosangela trabalhou na casa de Jairinho e Monique no dia da morte da criança. Ela chegou cedo pela manhã, horas depois da morte de Henry Borel. Segundo relatou à polícia em seu primeiro depoimento, ela afirmou que não detectou nada de diferente na casa. Pela manhã, disse ter visto Jairinho entrando em casa, tirando os chinelos, calçando o tênis e saindo novamente. Ao ser questionada se notou algum de diferente na feição do vereador, respondeu que não.

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Já a babá do menino Henry Borel, Thayna de Oliveira, disse que a criança era “perfeita como qualquer outra criança”. A funcionária salientou que o menino levantava questões que, para ela, não eram comuns para crianças como “a bunda da minha mãe é de quem?”, ou “por que existe separação?”. Thayna relata que respondeu às questões em tom de brincadeira. Sobre a relação de Henry Borel com o padrasto, a babá disse que ficou poucas vezes na presença dos três juntos, mas que quando dava banho no menino, nunca encontrou marcas ou hematomas.

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Já em seu primeiro depoimento dado à polícia civil após a morte do filho, Monique disse que seu filho e Jairinho tinham uma boa relação e que o menino Henry Borel gostava e se dava bem com o vereador. Porém, ela afirmou que Henry preferia dormir na casa de seus avós, em Bangu, onde dormia de 3 a 4 vezes por semana. Segundo ela, a preferência de seu filho pela casa dos avós não tinha relação com Dr. Jairinho.

Em outro trecho, ao descrever a convivência de Jairinho e Henry, a mãe do menino disse que seu filho inclusive gostava de pedir “abraços apertados” a Jairinho. Segundo ela, o termo usado por Henry era devido a um filme infantil, em que um dos personagens fazia tal menção. Todavia, após retornar da casa de seu pai, Leniel, Henry disse que não queria mais “abraço apertado” e que isso gerou um clima pesado na casa, mas que logo foi resolvido entre Dr. Jairinho, Monique e Leniel.

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