Advogado faz saudação nazista e ridiculariza árbitro durante jogo

Foto: Reprodução/Youtube
Na tarde deste sábado (22), o advogado Françoar Dutra, do Distrito Federal (DF), ridicularizou um árbitro austríaco durante um jogo de futebol na capital federal. Ao perceber o sotaque do juiz, o advogado fez uma saudação nazista se dirigindo a ele, gesticulando e falando “Heil, Hitler”.
O incidente ocorreu durante um campeonato de futebol da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no Clube da Advocacia, durante confronto entre advogados que representavam as cidades de Taguatinga e Brazlândia. A situação causou desconforto e revolta aos espectadores e presentes na partida de futebol.
“Nasci em um país em que temos de viver com essa história. Então, é muito pesado. Se alguém faz algo assim, tem um peso para mim que não tem para brasileiros”, lamentou o árbitro ao jornal Metrópoles, que preferiu não se identificar.
O austríaco de 49 anos apitou profissionalmente no país de origem por mais de duas décadas e, agora, atua em torneios do DF. “Nunca passei por isso antes. Na Áustria, isso seria crime. A pessoa que faz esse gesto é presa imediatamente”, comentou.
Na legislação do Brasil, é prevista a prisão para quem “praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”, ou “veicular símbolos, emblemas ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo”.
As pessoas que estavam presentes testemunharam grosserias entre jogadores de diferentes regiões mesmo antes do gesto.
“Ao perceber que o árbitro não era brasileiro, e sim austríaco, afastou-se e fez o gesto de Hitler, levantando o braço direito, dizendo a seguinte frase: ‘Heil, Hitler’. Esclareço que o atleta citado é representante e jogador”, apontou a súmula, que revelou o presidente da Subseção da OAB/DF de Brazlândia, Françoar Dutra, que estava no banco de reserva do Brazlândia, e passou a brigar com o juiz.
Por nota, o advogado afirmou que, durante a partida de futebol, disse a frase de “forma coloquial” e “em sentido figurado”. Françoar acrescentou que não conhecia o árbitro do jogo e que a discussão aconteceu porque um jogador do time do advogado havia sido “agredido de forma injusta”. “Me senti repreendido de forma excessiva pelo árbitro da súmula, momento em que lhe disse que estava se portando de forma ‘ditatorial’”, escreveu.
“Sou filho de nordestina e goiano e sou contra qualquer tipo de atitude racista ou xenófoba. O que ocorreu foi que me expressei de maneira exagerada no calor do jogo. Esclareço ainda que, ao fim do jogo, me retratei com o árbitro por qualquer inconveniente, momento em que o mesmo aceitou minhas desculpas e ali ficou o acontecido. Renovo aqui meu pedido de desculpas ao árbitro e me solidarizo com sua história de vida. Mantendo minha postura de transparência, coloco-me à disposição de todos para esclarecer qualquer dúvida”, encerrou Françoar.