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Aécio atacará Marina e Dilma para tentar virada ou ao menos manter alguma força eleitoral

O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, inicia os 30 dias finais de campanha numa situação que nunca ocupou na política, a de franco atirador, em busca de uma virada histórica para chegar ao segundo turno ou, ao menos, ter força eleitoral para manter a relevância e negociar um acordo com a candidata do PSB, Marina Silva.

Para isso, Aécio, que caminha para protagonizar o pior desempenho de um presidenciável tucano desde 1989, segundo as pesquisas, pretende atuar em duas frentes de batalha: atacar o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) ao mesmo tempo que busca retratar Marina Silva (PSB) como alguém que faz propostas inviáveis, não tem equipe e tem ligação com o petismo.

“É concentrar nos maiores colégios eleitorais, contestar o Brasil imaginoso da Dilma, que ela apresenta, e colocar a Marina como ela é. Não tem estrutura partidária, não tem quadros”, disse à Reuters o coordenador da campanha de Aécio, senador Agripino Maia (DEM-RN). “Temos confiança de que ele (Aécio) vai voltar a crescer.”

O plano de voo dos tucanos para os próximos 30 dias aponta para discursos cada vez mais incisivos contra Marina, sem esquecer de mirar no governo também.

O tucano tem repetido em suas aparições públicas que Marina seria uma “nova aventura” que causará “frustrações aos brasileiros”. Sobre Dilma, Aécio tem reiterado a avaliação de que a presidente “fracassou” e por isso perderá as eleições.

A campanha de Aécio vai também tentar criar a imagem de que Marina é, na verdade, uma mudança que mantém o PT no poder, já que a ex-senadora foi filiada ao partido por 24 anos.

Os estrategistas de Aécio não têm certeza de que a campanha negativa contra Marina vai funcionar da maneira que desejam. Aliás, essa dúvida também se estende ao comitê do PT.

Se a estratégia de ultrapassar Marina e chegar ao segundo turno não funcionar, o mais provável é que o PSDB apoie a candidata do PSB, como já admitiu Agripino.

Para isso, entretanto, Aécio não pode continuar caindo nas pesquisas a ponto de se tornar um apoio que não faça diferença eleitoral.

O clima dos últimos dias no ninho tucano foi muito ruim, segundo relato de uma fonte do partido.

As próximas pesquisas podem definir o grau de lealdade dos aliados até a votação do dia 5 de outubro. Em Goiás, por exemplo, circulam peças de campanha com o “movimento Marinar”, mostrando ilustrações do governador do PSDB, Marconi Perillo, que concorre à reeleição, ao lado de Marina.

Saiba Mais: reuters