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Aécio diz que ligou para Dilma reconhecendo “resultado das eleições” e que é “vítima”

Aécio  Neves e a ex-presidenta Dilma Roussef

Do Congresso em Foco:

O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) concedeu entrevista ao site Congresso em Foco e deu sua versão para os fatos que envolveram o reconhecimento da vitória da petista na eleição de 2014.

O senhor teve em 2014 uma expressiva quantidade de votos, quantidade próxima da presidente que acabou sendo eleita. O PSDB acabou questionando no TSE o resultado da eleição. Quando o processo foi analisado, o presidente já era Michel Temer, e o partido recuou da pressão de contestar o resultado. Por quê?

Esse também é um episódio com uma leitura muito equivocada feita por muitas pessoas. O fato concreto: eu reconheci o resultado das eleições da presidente Dilma às 9 horas da noite do domingo que saiu a apuração. Meia hora depois do resultado oficial, eu liguei para presidente, reconheci a vitória, desejei a ela sucesso no desafio de unificar o país. Lamentavelmente, ela não entendeu nada disso, sequer cumpriu uma liturgia histórica desses momentos que é comunicar o recebimento já dos cumprimentos, o que finaliza do ponto de vista político a disputa. O momento que o derrotado reconhece a vitória, no momento do ponto de vista político, termina, estanca a disputa. Foi isso que eu fiz.

O que nós fizemos no TSE, em razão de inúmeras denúncias que chegaram em relação a resultados de urnas, foi uma busca de uma investigação se era ou não possível haver alguma burla, alguma manipulação nas urnas. Foi feita uma auditoria interna. O TSE delegou ao PSDB que indicasse peritos. Qual foi a conclusão final? É que elas são inauditáveis. Não há como auditar as urnas, não há como saber se pode ou não ter havido algum tipo de manipulação. Foi absolutamente inconclusivo esse questionamento nosso e, depois, o TSE por bem achou que deveria negar provimento àquela ação.

Isso não tem a ver, como uma leitura rasa pode propor, que não aceitamos o resultado da eleição. Muito pelo contrário. Eu liguei para a presidente às 9 horas da noite para dizer para ela que eu estava à disposição, inclusive, desse esforço de unificação do país depois de uma eleição tão dividida. Mas ela ou não quis, ou realmente não compreendeu o sentido das minhas palavras. Sequer registrou essa manifestação que demonstra que eu aceitei o resultado das eleições.