Agressão de Augusto Nunes é o retrato do Brasil sob Bolsonaro, diz Greenwald no New York Times

De Glenn Greenwald no New York Times:

Em 7 de novembro, fui agredido fisicamente por um especialista de extrema direita, pró-Bolsonaro, Augusto Nunes, em um estúdio de televisão e rádio em São Paulo enquanto estávamos ao vivo no ar. Este é o exemplo mais recente, e talvez mais vívido, de jornalistas e organizações de notícias no Brasil sendo ameaçados, ameaçados e submetidos à violência real pelo movimento Bolsonaro, todos por fazerem nosso trabalho.

O episódio ilustra como as liberdades de imprensa e a ordem democrática no Brasil estão ameaçadas – não apenas com palavras, mas com violência – por esse movimento autoritário que agora exerce o poder no quinto país mais populoso do mundo.

Nunes já havia sido um jornalista de destaque como editor-chefe da maior revista semanal do país, Veja. Sete semanas antes de me agredir, ele respondeu em seu programa de rádio a uma série de exposições jornalísticas que publiquei no The Intercept, revelando corrupção nos níveis mais altos do governo do presidente Jair Bolsonaro.(…)

É exatamente por isso que os membros do movimento Bolsonaro nos visam: eles sabem que transparência e discurso livre são os principais obstáculos para retornar o Brasil aos seus dias mais sombrios. Quanto mais eles mostram sua verdadeira face, mais resistência encontram. O trabalho dos jornalistas, o objetivo de uma imprensa livre, é garantir que essa verdade permaneça clara.