Alemanha elege novo chanceler e põe fim à era Merkel após 16 anos
Olaf Scholz se tornou, nesta quarta-feira (8), o nono chanceler da Alemanha após a Segunda Guerra Mundial. Sua eleição abre uma nova era para a nação mais populosa da União Europeia, após o mandato de 16 anos de Angela Merkel.
O governo de Scholz assume o cargo com grandes esperanças de modernizar a Alemanha e combater as mudanças climáticas, mas enfrenta o desafio imediato de lidar com a fase mais difícil do país, a pandemia do coronavírus.
Os legisladores votaram por 395 a 303 para eleger o líder de centro-esquerda, com seis abstenções – uma maioria confortável, embora perto das 416 cadeiras que sua coalizão de três partidos detém na câmara baixa de 736 cadeiras do parlamento. Isso não é incomum quando os chanceleres são eleitos e alguns legisladores estão doentes ou em quarentena.
Scholz foi formalmente nomeado pelo presidente da Alemanha, depois voltou ao parlamento para tomar posse. O novo chanceler, que não tem afiliação religiosa, omitiu a frase opcional “que Deus me ajude” de seu juramento – como fez o antecessor de Merkel, Gerhard Schroeder.
Merkel, que não é mais membro do parlamento, observou da galeria dos espectadores enquanto o parlamento votava. Os legisladores aplaudiram de pé quando a sessão começou.
Scholz, 63, vice-chanceler e ministro das finanças da Alemanha desde 2018, traz uma riqueza de experiência e disciplina para uma coalizão inédita de seus social-democratas de centro-esquerda, os ambientalistas verdes e os democratas livres pró-negócios. Os três partidos estão retratando a combinação de antigos rivais como uma aliança que trará nova energia ao país após o tempo quase recorde de Merkel no cargo.
Alemanha anuncia lockdown para não vacinados contra a Covid-19
A Alemanha anunciou, nesta quinta-feira (2) um lockdown nacional para pessoas não vacinadas contra a Covid-19.
Pessoas não vacinadas serão proibidas de acessar qualquer estabelecimento, exceto os mais essenciais, como supermercados e farmácias, para conter a disseminação do coronavírus. O anúncio foi feito pela chanceler Angela Merkel e seu sucessor, Olaf Scholz, após conversas sobre a crise com líderes regionais.
A dupla também apoiou propostas sobre a obrigatoriedade das vacinas, que se votadas no parlamento poderiam entrar em vigor a partir de fevereiro.
Após a reunião com líderes federais e estaduais, Merkel disse que as medidas eram necessárias à luz das preocupações de que os hospitais na Alemanha pudessem ficar sobrecarregados com pessoas infectadas com Covid-19.
“A situação em nosso país é séria”, disse a chanceler a repórteres em Berlim. Ela chamou a medida de “ato de solidariedade nacional”.
Ela afirmou que as autoridades também concordaram em exigir máscaras nas escolas. O país almeja a marca 30 milhões de vacinados até o final do ano – um esforço que será intensificado ao permitir que dentistas e farmacêuticos administrem as injeções.
Cerca de 68,7% da população da Alemanha está totalmente vacinada, muito abaixo do mínimo de 75% que o governo almeja.
Segundo o ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, “o importante é que isso é virtualmente um bloqueio para os não vacinados”. A afirmação foi feita em entrevista ao canal de televisão ZDF. “Os mais de 12 milhões de adultos que não estão vacinados estão criando um desafio para o sistema de saúde.”
Ômicron: Variante pode ter chegado à Alemanha, diz ministro
Um caso suspeito de Covid-19 foi identificado na Alemanha. Uma autoridade do país anunciou que há “alta probabilidade” do caso ser da variante ômicron. Uma pessoa que voltou da África do Sul testou positivo para a doença e análise inicial aponta mutações parecidas com a nova cepa.
“Há uma alta probabilidade de que a variante ômicron tenha chegado à Alemanha”, falou Kai Klose. Ele é ministro de Assuntos Sociais na região de Hesse.
Ele também relatou que pesquisadores avaliam a sequência genética do vírus para confirmar a mutação. A variante possui cerca de 50 mutações, algo nunca visto até o momento. Por isso há grande preocupação em todo o planeta.
A ômicron foi identificada no período em que os países europeus estão lutando contra o crescimento nos casos de Covid-19. Na Holanda, por exemplo, 61 pessoas testaram positivo para o coronavírus. Eles chegaram de dois voos vindos da África do Sul. Os que testaram positivo ficaram em lockdown durante os testes.