Alexandre dos Santos, irmão de Renan e fundador do MBL, dá calote em faculdade e foge da Justiça
Reportagem de Vinicius Segalla na CartaCapital.
Alexandre Henrique Ferreira dos Santos, um dos fundadores do MBL (Movimento Brasil Livre), é pessoa de paradeiro desconhecido e endereço incerto para a Justiça do Estado de São Paulo. Conhecido em seu meio como “Salsicha”, é um dos rostos mais populares de seu grupo liberal, ao lado do irmão Renan, do deputado federal eleito Kim Kataguiri (DEM-SP) e do vereador paulistano Fernando Holiday (DEM-SP), além do deputado estadual eleito Arthur Duval “Mamãe Falei” (DEM-SP). Mas seu paradeiro e endereço são desconhecido e incerto, respectivamente, ao menos para a Justiça do Estado de São Paulo.
É assim que Alexandre figura no processo nº 1064799-70.2016.8.26.0100. O procedimento não corre sob segredo de Justiça, quer dizer que seu inteiro teor é público, como toda e qualquer ação judicial no Brasil que não está posta em sigilo.
Trata-se de uma ação de cobrança por dívida líquida e certa que data de 2016, cobrando um débito de 2014. É da faculdade em que Alexandre estudou comunicação, a FAAP (Fundação Álvares Penteado). É que ele não pagou pelas aulas a que assistiu, e desde então nem a faculdade nem a Justiça conseguem encontrar o líder do MBL para lhe entregar o boleto.
Tampouco vão conseguir hoje ou amanhã. É que Alexandre está na Europa, junto com Renan e a família. Ou assim afirma este último. “Tô viajando aqui, com o Salsicha e a minha família, dando um rolê”, fala Renan, em vídeo publicado no último dia 11, que segue abaixo.
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Em resumo, então: Alexandre Santos, o Salsicha do MBL, estudou comunicação social na FAAP. Em 2013, assinou um contrato com a instituição se comprometendo a pagar seis prestações de R$ 2.900. Não pagou nem metade, como consta no processo: “O Réu comprometeu-se ao pagamento de 6 mensalidadesde R$ 2.900,00 (dois e novecentos reais). O Réu deixou de pagar as mensalidades vencidas de agosto a novembro de 2013.”
No ano seguinte, largou a faculdade. Passados mais dois anos sem qualquer êxito em cobrar-lhe amigavelmente a dívida, a FAAP entrou na Justiça. Desde então, Alexandre, ao menos para a Justiça, sumiu. Não mora, não trabalha ou não está em lugar algum que a Justiça procure. Também, nunca ninguém pode receber a citação em seu nome.
Em 13 de dezembro de 2016: “Eu, Oficial de Justiça, que em cumprimento ao mandado nº 100.2016/098238-2 dirigi-me ao endereço: XXXXX, e lá estando, não encontrei o Sr. Alexandre, sendo informado pelo porteiro que Alexandre não reside no condomínio. Nada mais.”
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