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Allan dos Santos pediu intervenção das forças armadas a assessor de Bolsonaro, diz a PF

Allan dos Santos. Foto: Reprodução/Twitter

Do ESTADÃO:

O blogueiro Allan dos Santos afirmou a um assessor do presidente Jair Bolsonaro que as Forças Armadas ‘precisam entrar urgentemente’ – a declaração teria sido enviada por WhatsApp um dia depois de grupos ‘antifascistas’ protestarem contra o governo, no final de maio.

A mensagem foi obtida pela Polícia Federal e utilizada para confrontar o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, chefe da Ajudância de Ordem da Presidência e assessor do presidente Jair Bolsonaro, no inquérito que apura a organização e financiamento de atos antidemocráticos.

Em depoimento prestado na sexta, 11, e obtido pelo Estadão, Mauro Cid declarou à PF que não se recordava de ‘ter estabelecido’ conversas com Allan dos Santos sobre a ‘necessidade de intervenção das Forças Armadas’ e negou apoiar a ideia.

O militar disse ainda que não conheceu Allan dos Santos pessoalmente, e que o blogueiro teria entrado em contato com ele por WhatsApp, solicitando a participação de Bolsonaro em seu canal e também bastidores do governo. Bolsonaro não teria atendido às solicitações, segundo Mauro Cid. As conversas com o blogueiro também ‘não eram frequentes’, alegou.

A PF então confrontou o tenente-coronel com mensagem enviada por Allan dos Santos no dia 31 de maio – no mesmo dia, grupos considerados ‘antifascistas’ realizavam protestos contra o governo enquanto manifestantes em Brasília marcharam pela capital com faixas defendendo a intervenção militar.

Segundo os investigadores, Allan dos Santos enviou um link de reportagem ao tenente-coronel Mauro Cid sobre grupos denominados ‘antifas’. No dia seguinte, 1º de junho, o militar respondeu: ‘Grupos guerrilheiros/terroristas. Estamos voltando para 68, mas agora com apoio da mídia’.

 

Allan dos Santos replicou: ‘As FFAA (Forças Armadas) precisam ENTRAR URGENTEMENTE’, ao que o tenente-coronel respondeu com um ‘Opa!’. Questionado sobre a declaração, Mauro Cid disse que o seu ‘Opa!’ era ‘apenas uma saudação, como, por exemplo, Bom dia!’. (…)