Altitude, miséria e violência: conheça “o lugar mais infernal do planeta”

La Rinconada, no Peru, é conhecida como a cidade mais alta do mundo, localizada a mais de 5 mil metros de altitude, mas o que define sua realidade é a precariedade social. Com cerca de 30 mil habitantes, a expectativa de vida média é de apenas 35 anos, e o local tem um cenário hostil por conta de frio intenso, pobreza extrema e falta de serviços básicos, como água potável.
A economia da cidade gira em torno da mineração de ouro, mas as condições de trabalho são marcadas por exploração e riscos à saúde. O uso de mercúrio contamina o ambiente e intoxica os moradores. Boa parte dos mineiros trabalha no sistema chamado “cachorreo”, em que passam 30 dias sem salário e, no último dia, podem levar o ouro que encontrarem. Se nada for encontrado, o mês é perdido.
Estudos apontam que os moradores conseguem se adaptar fisicamente à baixa oferta de oxigênio, mas a cidade é marcada pela violência e pela exploração sexual. Reportagens apontam a existência de centenas de casas noturnas onde mulheres e adolescentes são vítimas de prostituição forçada, atraídas por falsas promessas de emprego.
O ambiente de ilegalidade e abandono também favorece crenças populares ligadas à mineração, com oferendas até mesmo de roupas íntimas de jovens em rituais para atrair riquezas. Com altos índices de criminalidade, La Rinconada registrou recentemente uma taxa de homicídios de 52,9 por 100 mil habitantes, segundo dados oficiais, o que gerou o apelido de “lugar mais infernal do planeta”.