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Ambev e prefeitura de Salvador escravizaram ambulantes no carnaval, diz ministério

Vendedores de bebidas descansam entre turnos no carnaval de Salvador. Foto: MTE

O Ministério do Trabalho e Emprego notificou a Ambev e a Prefeitura de Salvador, do bolsonarista Bruno Reis (União Brasil), por exploração de trabalho análogo ao de escravo de 303 vendedores ambulantes de bebidas durante o Carnaval da capital baiana. A fiscalização, realizada entre 19 de fevereiro e 4 de março no circuito Barra-Ondina, constatou que os trabalhadores atuavam de 14 a 20 horas por dia, em condições degradantes, sem autonomia e sob total subordinação à empresa e ao município.

Segundo os auditores fiscais, a Ambev não foi apenas patrocinadora e fornecedora, mas atuou como empregadora dos vendedores, devendo arcar com salários e direitos trabalhistas. A Prefeitura de Salvador foi corresponsabilizada por firmar contrato com a empresa, cedendo exclusividade na venda de bebidas e assumindo a seleção e fiscalização dos trabalhadores.

O microgerenciamento não impediu a submissão a condições degradantes, beneficiando a empresa em detrimento dos vendedores. A Secretaria Municipal de Ordem Pública informou que 2.500 vendedores foram selecionados para atuar no Carnaval.

O governo federal identificou trabalho análogo à escravidão entre 303 deles em pontos de venda fixos, mas avalia que o problema pode ser ainda maior. A fiscalização coletou documentos, ouviu depoimentos e verificou as condições de trabalho, que incluíam jornadas exaustivas e falta de autonomia.

Bolsonaro ao lado de Bruno Reis, prefeito de Salvador. Foto: reprodução

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