Anderson Torres demonstra interesse em delatar, dizem fontes da PF

O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, teria demonstrado interesse em firmar um acordo de delação, segundo fontes da Polícia Federal (PF) ouvidas pelo Correio Braziliense. A defesa de Torres, no entanto, nega que o cliente esteja negociando qualquer acordo.
Torres, que também é ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro (PL), está preso desde 14 de janeiro suspeito de envolvimento nos atos terroristas de 8 de janeiro.
Nos últimos dias, a situação do ex-ministro se complicou mais. Às vésperas do 2º turno das eleições, Torres pediu à delegada Marília Ferreira Alencar, que atuava no Ministério da Justiça, para mapear quais foram os locais que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais votos no primeiro turno.
A PF também identificou uma viagem do ex-secretário à Superintendência da PF na Bahia. Torres se reuniu com o diretor-geral da PF, Marcio Nunes, para pedir a atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Fontes na corporação afirmam que o ex-ministro teme ser condenado e passar anos preso, o que faz com que ele cogite apontar outras pessoas que teriam responsabilidade na articulação de operações da PRF que obstruíram o caminho de eleitores nordestinos.