Andrea Sadi diz que Centrão quer Guedes fora e ministério da Economia fatiado para saciar apetite do bloco

As mais recentes baixas na equipe econômica, como as na Petrobras e no Banco do Brasil, fragilizaram ainda mais a situação do ministro da Economia, Paulo Guedes, dentro do governo Bolsonaro.
Agora, o principal desgaste vem do próprio Congresso, com impasse sobre o Orçamento de 2021. Para Guedes, a aprovação de previsões de gastos e despesas da proposta podem levar o presidente a cometer crime de responsabilidade fiscal, caso não haja vetos.
Guedes entrou em rota de colisão com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que já avisou ao Planalto que o ministro quer criar um clima de terrorismo, e que não há risco de impeachment por conta do orçamento.
Lira, nos bastidores, tem repetido a interlocutores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) que recebe pedido de impeachment todos os dias, sendo que em um só dia recebeu cerca de 30 pedidos. E, para Lira, querer misturar o tema com a questão do Orçamento é “confusão”. Até a semana passada, havia cerca de 90 pedidos de impeachment contra Bolsonaro na Câmara. (…)
Segundo a jornalista Andre Sadi, do g1, aliados do presidente no Congresso, que não acreditam na saída de Guedes por vontade própria, têm dito ao governo que ele está fragilizado nas negociações, e defendem que o ministério da Economia seja fatiado para “otimizar as pautas”, com a recriação do Ministério do Planejamento.
Para bom entendedor, “otimizas as pautas” significa fatiar a pasta para que o bloco possa indicar nomes para novos cargos.
A ideia não é nova: o Planalto já ventilou a possibilidade no ano passado, mas não houve desdobramento. (…)