Andrés Sanchez é acusado de fraudar fisco e Receita cobra R$ 13 milhões
Andrés Sanchez , ex-presidente do Corinthians e atual candidato a deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores, é acusado de armar um esquema para burlar o fisco e sonegar impostos em uma das suas empresas. A Receita cobra R$ 13,9 milhões do dirigente, seus sócios e sua firma relativos a impostos não recolhidos de cerca de R$ 40 milhões lucros não declarados. Um dos envolvidos ainda acusa o cartola de se valer de um laranja para esconder os seus lucros.
O imbróglio do cartola com o Fisco tem início em 2002 quando foi criada a Orion Embalagens Ltda. As sócias eram as irmãs Eliane Souza Cunha e Nilda Maria da Cunha. A empresa era pequena, com capital social de R$ 5 mil, e funcionava em um galpão no município de Caieiras, na grande São Paulo. E qual a relação do dirigente corintiano com essa história?
A Orion estava localizada ao lado da empresa Sol Embalagens Ltda, uma das que compõem o grupo de empresas da família de Andrés. E Eliane Souza Cunha tinha sido empregada da Sol. Até ai, poderiam ser apenas coincidências. A questão é que a pequena Orion deu procurações com poderes totais para três pessoas: os irmãos José Sanches Oller e Isabel Sanches Oller e o ex-presidente do Corinthians. Pelos documentos, eles poderiam fazer qualquer coisa na gestão da empresa.
Sob os poderes de Andrés e seus sócios, a diminuta Orion movimentou em 2005 um total de R$ 42,3 milhões apesar de ter um capital social de apenas R$ 5 mil, aumentado para R$ 10 mil posteriormente. Foi o que constatou a Receita após uma investigação nos extratos bancários da empresa, que tinha contas em Bradesco, Itaú, Banco do Brasil, Unibanco e Safra. Um dos documentos do banco reforçava que a Orion nada mais era que um braço do grupo Sol.
Pior, o Fisco não encontrou nenhum livro contábil, ou documentos que demonstrassem qual a origem desse dinheiro. Quando questionados pela Receita, os contadores e sócios não apresentaram nada. “De fato, a conduta ardilosa de, apesar da movimentação financeira em contas bancárias sem origem comprovada e de significativos valores, declarar sistematicamente ao Fisco reduzidas receitas”, descreve a procuradoria da Fazenda.
Ao analisar a declaração de renda da Orion, a Receita descobriu que fora declarado um faturamento de apenas R$ 1,7 milhão em 2005. Ou seja, havia mais de R$ 40 milhões omitidos pela empresa.
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