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Anticandidatura feminista de Beatriz Vargas ao STF é lançada no Senado

Do Ninja:

 

O Senado Federal recebeu na manhã desta quarta-feira (15) o lançamento da Anticandidatura Feminista de Beatriz Vargas ao STF. Articulada junto a movimentos feministas e outras iniciativas em defesa da Democracia, esta ‘não-candidatura’ é uma ação política cujo objetivo é denunciar as mazelas do governo Temer, especialmente os retrocessos no Poder Judiciário com a indicação de Alexandre de Moraes ao Supremo Tribunal Federal para a vaga aberta com a morte do ministro Teori Zavascki, vitimado em um acidente aéreo em janeiro deste ano.

Alexandre de Moraes foi Ministro da Justiça de Temer até a semana passada e a sua indicação foi recebida pela sociedade como uma tentativa de proteger o grupo político instalado no poder após o afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Alvo de críticas diversas, que vão desde denúncias de plágio em sua tese de doutoramento até declarações públicas que demonstram uma visão arcaica do Direito, a anticandidatura lançada hoje pretende estimular o debate sobre o Poder Judiciário e sua representação em tribunais superiores, onde a presença de mulheres é reduzida.

Beatriz Vargas, professora da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (FD-UnB) e pesquisadora na área do Direito Penal e Criminologia, afirmou que “a anticandidatura é um ato político em defesa do Estado Democrático de Direito, lembrando que não é uma candidatura de caráter oficial, ao contrário, é uma forma de denunciar que o governo Temer não tem legitimidade democrática para indicar nomes ao STF”. Para ela, estão perdendo “o senso da decência, o nome de Alexandre de Moraes representa um deboche, um escárnio, pois ele é um violador da Constituição Federal e não pode tomar assento na corte constitucional brasileira”.

A anticandidata Beatriz Vargas também frisou o caráter coletivo da anticandidatura, uma reunião de vários movimentos que militam em diversas áreas, tendo em comum a defesa da Democracia, os direitos das mulheres e minorias, o fortalecimento da representação popular e a necessidade de reformas modernizantes no Poder Judiciário, ainda visto como elitista e descolado da realidade social de milhões de brasileiras e brasileiros. Pontuada por falas de diversas pessoas presentes ao lançamento, a atividade serviu para mostrar a união das múltiplas forças sociais que constituem a anticandidatura e o conjunto de iniciativas contra os retrocessos representados pelo governo Temer.

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