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Anvisa mantém suspensão de teste de vacina mesmo com dados sobre suicídio

De Igor Gielow na Folha de S.Paulo.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recebeu, na manhã desta terça (10), dados referentes à morte do voluntário dos testes da vacina contra Covid-19 Coronavac que descartam a relação entre o incidente e o imunizante.

Ainda assim, o presidente da agência, almirante Antonio Barra Torres, afirmou em entrevista coletiva que não tinha informação sobre o suicídio presumido do voluntário —esta é a forma com que a polícia paulista trata o caso, que também pode se tratar de uma overdose.

Barra Torres pode estar apenas se escorando na questão do sigilo quando diz que esperará informações por canais oficiais, no caso o Comitê Independente Internacional que rege os testes de vacinas mundo afora.

Na reunião, Dimas Covas, o diretor do Instituto Butantan, que patrocina os testes da Coronavac e irá produzir o imunizante se ele for eficaz, relatou o episódio em detalhes para os presentes.

A Anvisa afirma que ainda não recebeu, contudo, relatórios oficiais sobre a morte e que, por isso, não mudaria a decisão de suspender suspensão dos testes da Coronavac.

Segundo integrantes do governo paulista, não haveria mais motivos técnicos para manter já que os detalhes do caso foram entregues à Anvisa.

A reunião desta manhã foi convocada na noite de segunda (9), pouco antes de a Anvisa tornar público que suspenderia os testes.

Membros da administração paulista afirmam não fazer sentido a suspensão ter sido anunciada apenas 38 minutos do envio de um e-mail sobre o tema, sugerindo a intenção de desagastar politicamente o governo de João Doria (PSDB-SP).

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