Ao STF, Bolsonaro diz que publicou vídeo golpista após o 8/1 “de forma acidental”

Nesta terça (19), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o vídeo golpista publicado em seu Facebook dois dias após os ataques terroristas de 8 de janeiro foi divulgado “de forma acidental” e que ele “não pretendia insuflar qualquer forma de subversão”. O post foi excluído duas horas depois e recuperado na semana passada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Três dias após a publicação, Bolsonaro foi incluído no inquérito sobre a invasão da Praça dos Três Poderes como suspeito de incitar os atos ao compartilhar o vídeo. A PGR e o STF pediram que a Meta, dona do Facebook, armazenasse o conteúdo junto de informações de engajamento, mas a empresa alegou que ele não estava disponível em seus servidores.
A plataforma Metanemo.org havia armazenado a publicação, que deve passar por perícia para se tornar prova contra o ex-presidente. A defesa de Bolsonaro contesta sua inclusão no inquérito, alegando que o vídeo recuperado pode não “refletir fielmente” o conteúdo excluído.
“É preciso cautela ao se analisar o referido conteúdo como prova, uma vez que a mera associação entre um vídeo apagado e um supostamente salvo não pode ser tomada como uma correspondência definitiva. Afinal, estamos lidando com contextos e provedores diferentes. A noção de que o vídeo recuperado reflete fielmente o conteúdo do vídeo deletado é uma conjectura sensível, porém, longe de ser uma afirmação incontestável”, diz a defesa de Bolsonaro.