Aos 57 anos, Xuxa desabafa: “Me usaram, roubaram e parece que não aprendo”

De Leonardo Ribeiro no Jornal Extra.
Com um olhar atento, nenhum detalhe passa despercebido. Xuxa palpita da escolha da equipe do ensaio de fotos ao figurino. E não tem a ver com ataque de estrelismo, mesmo carregando a alcunha de Rainha. É que ela gosta de se envolver em todas as etapas do processo. A mente não para, por isso sugestões não faltam. Ainda mais se for para fazer o que é fora do habitual. E que bom que as ideias certeiras vêm.
— Sou agitada. Sou ariana. Não tenho rotina, graças a Deus. Se tenho que fazer um trabalho, penso em tudo antes de dormir. Clipes, passagens, roupas, músicas… Tudo. Penso, penso, penso e ainda sonho — diz, aos risos.
Sabendo disso, não é de se estranhar que a loura esteja aproveitando o isolamento social, que tem seguido à risca como prevenção contra o coronavírus, para trabalhar em diferentes projetos. Anunciou que está fazendo um livro de memórias, tem escrito livros infantis, negocia um filme sobre sua vida e uma série documental sobre a última turnê como cantora. Fora isso, existem burburinhos sobre um novo “Xuxa só para baixinhos”…
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O que não quer dizer que no auge dos 57 anos Xuxa tenha resolvido ficar calada. Só está preferindo gastar a saliva com o que importa. Recentemente, defendeu o youtuber Felipe Neto das acusações (falsas) de pedofilia. Publicou nas redes sociais a bandeira da luta antifascista, a favor da democracia. E, durante uma live, pediu que a amiga Ivete Sangalo se manifestasse sobre a escolha de Regina Duarte como secretária especial da Cultura (a atriz ficou por dois meses e meio no cargo, e a cantora baiana nunca se manifestou).
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Outro projeto em que você anda trabalhando na quarentena é o seu livro de memórias. Antes dele, você tinha o costume de revisitar o seu passado?
Na verdade, não sou de olhar para trás. Sempre esqueço esse “histórico de conquistas e sucessos”. Se pensar nisso o tempo todo, meu ego pode me engolir. Quando olho para o passado, vejo coisas incríveis e algumas truncadas: pessoas que me enganaram, usaram, roubaram e, às vezes, mexer nisso dói. Foram muitas. Me cobro por ter acreditado muito nos outros. E parece que não aprendo. Vivo deixando, criando monstrinhos que querem falar por mim, viver minha vida ou mesmo achar que são as pessoas mais importantes no meu trabalho.
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