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Aparelhamento: diretoria da Anvisa tem militar bolsonarista, apadrinhado do Centrão e cloroquiner

O presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, participa de sabatina no Senado Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado/10-07-2019

De Renato Machado na Folha de S.Paulo.

A lista dos novos diretores da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reúne um militar muito próximo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), um apadrinhado do bloco político centrão e uma médica defensora do uso da hidroxicloroquina contra a Covid-19.

Na terça-feira (20), o plenário do Senado aprovou os nomes de quatro novos membros para a agência, dos quais três são diretores e um é diretor-presidente. Todos poderão assumir após a publicação de seus nomes no Diário Oficial da União. Ainda não há previsão da oficialização.

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O nome mais conhecido dentre os integrantes é o do diretor-presidente da Anvisa, o contra-almirante da Marinha Antonio Barra Torres. O militar já vinha atuando como diretor na agência e desde janeiro respondia como diretor-substituto.

Barra Torres é formado em medicina pela Fundação Técnico-Educacional Souza Marques, no Rio de Janeiro. Fez residência em cirurgia vascular e pós-graduação na área de gestão. Passou 32 anos na carreira militar e chegou ao terceiro posto da hierarquia da Marinha.

O militar é considerado muito próximo ao presidente Jair Bolsonaro. Em março, Barra Torres apareceu sem máscaras ao lado de Bolsonaro em uma manifestação a favor do presidente, contrariando a orientação da equipe de saúde do governo, que pregava distanciamento social.

O militar já declarou que é natural que o presidente indique para a presidência da agência alguém próximo a ele, assim como fizeram mandatários anteriores. Durante a sabatina no Senado, o militar foi questionado sobre as pressões envolvendo vacinas. “Manter a discussão fora da ideologia é fundamental, e é exatamente isso que nós temos feito”, ele afirmou.

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