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Apartamentos-caixão: a crise de moradia em Hong Kong onde mal dá pra se esticar

Projeção dos “apartamentos-caixão”. Foto: reprodução

Em Hong Kong, na região aberta ao capitalismo na China e uma das metrópoles mais densamente povoadas do mundo, milhares de pessoas são forçadas a viver em “apartamentos-caixão”. Uma matéria do “Fantástico” mostrou no último domingo (19) a realidade de microapartamentos com espaço mínimo, muitos sem janelas, onde moradores dividem banheiros microscópicos e cozinhas improvisadas. A crise habitacional atinge trabalhadores que não conseguem arcar com os altos custos imobiliários da cidade.

A moradora Miss Lee desabafou sobre as condições devastadoras. “Morar lá é devastador. Sinto falta da minha casa. Quero muito voltar para o mundo de quando eu era pequena”, relatou. Ela paga cerca de R$ 1.400 mensais por um espaço onde mal consegue esticar as pernas, enquanto convive com sacolas, miudezas e sua cachorrinha Bibi.

A convivência entre os moradores é marcada pelo distanciamento. “Somos só pessoas aleatórias num mesmo lugar. É como se não quiséssemos ser inimigos nem amigos”, definiu Gam-Tin Ma. Betty Xiao Wang, professora da Universidade de Hong Kong, explica que a crise combina especulação imobiliária e precariedade no trabalho, criando esta solução habitacional extrema.

Mr. Tang, que ocupa nove metros quadrados, sonha com o básico: “Um banheiro em que eu consiga entrar de frente. Uma cozinha. Um espaço para colocar uma cadeira e uma mesa ao lado da cama”.