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Apesar de negociação, garagens de ônibus fecham em São Paulo e região metropolitana adere à greve

 

Duas garagens da Viação Santa Brígida, que opera 80 linhas das zonas norte e oeste da capital paulista, amanheceram fechadas (22), mesmo após a negociação, nessa quarta-feira (21), na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho, em que ficou acertado o retorno ao trabalho. De acordo com a São Paulo Transportes (SPTrans), a paralisação na garagem afeta o funcionamento do Terminal Pirituba. O atraso na saída dos ônibus da empresa Gato Preto, por volta das 5h, também dificultou a circulação de ônibus nesse terminal. O órgão informou, no entanto, que os outros 27 funcionam normalmente.

O Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) foi acionado para atendimento de quatro das 80 linhas. Segundo a SPTrans, foram escolhidos os principais trajetos, que estão sendo atendidos com 95 veículos. Com a saída dos carros da garagem da Gato Preto e a operação de emergência, os ônibus voltaram a circular em Pirituba. O terminal teve a atividade interrompida no início da manhã por não ter veículos disponíveis.

A negociação de ontem, que durou mais de três horas, teve a presença dos advogados dos sindicatos patronais, de representantes da prefeitura e dos trabalhadores. Motoristas e cobradores que estão insatisfeitos com o reajuste salarial aprovado em assembleia da categoria no dia 19 disseram que concordariam em retornar ao trabalho desde que a prefeitura intermediasse uma reabertura das negociações com os empresários.

Motoristas e cobradores da região metropolitana de São Paulo também estão paralisando as atividades em protesto por melhorias salariais. Nas cidades de Osasco e Diadema, a interrupção ocorre nas linhas que circulam internamente nos municípios. Também há paralisação em linhas intermunicipais que atendem aos moradores de Itapecerica da Serra e Embu das Artes.

Em Osasco, a paralisação ocorre desde terça-feira (20). De acordo com a Companhia Municipal de Transportes de Osasco (CMTO), 45 linhas operadas pelas empresas Osasco e Urubupungá estão circulando parcialmente na manhã de hoje (22). Diariamente, em média, 140 mil passageiros tão atendidos por essas linhas. O órgão informou ainda que a Viação Urubupungá tem uma frota de 170 ônibus, dos quais 97 estão em circulação. Na Viação Osasco, a operação é ainda mais reduzida, com 20 dos 177 veículos que deveriam rodar.

O secretário-geral do Sindicato de Condutores e Trabalhadores de Osasco (Sincovero), Luiz Carlos Segatelli, informou que a Justiça determinou que pelo menos 75% devem estar rua. Ele destacou que ainda não houve nenhuma proposta concreta de reajuste salarial à categoria. A paralisação, segundo sindicato, envolve entre 15% e 25% da frota. A Viação Osasco informou que o percentual não está sendo cumprido na empresa, pois houve depredação de veículos por parte da população. A empresa não comentou a negociação salarial com os trabalhadores.

Em Diadema, os 114 veículos da empresa MobiBrasil não circularam hoje, segundo a prefeitura. A interrupção atrapalha o deslocamento de 43 mil usuários. A cidade também é afetada pelo recolhimento de 106 veículos das linhas intermunicipais, que transportam 50 mil pessoas por dia. A secretaria de Transportes autorizou, segundo a assessoria de imprensa, a entrada de mais 37 ônibus da Viação Benfica, a única que está operando hoje na cidade, atendendo a cerca de 79 mil passageiros por dia.

A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU-SP), que controla as linhas intermunicipais, ainda não informou o balanço da paralisação em Itapecerica da Serra e Embu das Artes. As prefeituras dos municípios informaram que a paralisação não afeta o transporte público interno nas cidades.

 

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AGÊNCIA BRASIL