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Após a derrota nas urnas, Haddad se firma como liderança do PT

Fernando Haddad. Foto: Ricardo Stuckert

Do Globo

A disputa eleitoral fez nascer uma nova liderança política nacional, na avaliação de dirigentes petistas, apesar da derrota do partido para Jair Bolsonaro (PSL). Para integrantes da sigla, ao alcançar 47 milhões de votos, Fernando Haddad se reconectou com a militância do PT, dois anos depois de sofrer uma derrota acachapante em sua tentativa de se reeleger prefeito de São Paulo.

Dirigentes petistas viajam hoje a Curitiba (PR) para visitar o ex-presidente Lula e discutir o futuro da legenda. Amanhã, a executiva do partido se reúne em São Paulo com duas pautas em vista: como combater o antipetismo e detalhes sobre o papel de Haddad na oposição ao governo Bolsonaro.

A avaliação de caciques é que, pela primeira vez em seus 38 anos de história, o PT terá um líder na altura do ex-presidente Lula. Apesar de ter sido eleita duas vezes presidente da República, Dilma Rousseff nunca exerceu esse papel.

De acordo com um deputado federal, no entanto, a sigla ainda assim deixará claro que a maior liderança petista é o ex-presidente. Esse parlamentar defende, inclusive, que o partido inicie desde já campanha internacional para pressionar as autoridades brasileiras a libertarem Lula, condenado na Operação Lava-Jato.

Tanto pessoas do círculo mais próximo de Haddad como dirigentes petistas não conseguem imaginar que ele venha a assumir o comando do partido. O mandato da atual presidente, Gleisi Hoffmann, termina em junho do próximo ano. Um dos caminhos para manter Haddad em evidência, mesmo sem um cargo, seria retomar caravanas pelo país como Lula fez antes de ser preso.

Haddad confidenciou a aliados que aposta em um fracasso rápido do governo Bolsonaro. Entende que isso elevaria a sua popularidade por ter conseguido, durante a campanha, confrontar o presidente eleito, sobretudo na reta final da disputa eleitoral.

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