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Após apoiar o presidente e Moro, Toquinho diz que não é “nem Bolsonaro, nem Lula” e “odeia política”

Da Veja:

Toquinho. Foto: Wikimedia Commons

Aos 74 anos e no grupo de risco, o cantor e compositor Toquinho foi um dos primeiros músicos a voltar a se apresentar ao vivo com o público presente, assim que as autoridades liberaram as aberturas das casas de shows.

(…) Em entrevista a VEJA por vídeo, Toquinho disse que viver é um eterno aprendizado. “Ainda mais com essa bagunça que é a vida, especialmente no Brasil”, disse, comentando também sobre os governantes, seu apoio a Sérgio Moro e aversão à política.

(…) Em 2018, após as eleições presidenciais, o senhor disse em uma entrevista que o Brasil agora estava nas mãos de pessoas incorruptíveis, como o juiz Sérgio Moro. Ainda apoia ele? 

Foi uma grande bobagem. Não foi isso. Eu estava dando uma entrevista para uma revista espanhola e foi logo depois que o Moro foi anunciado como ministro. Não sou a favor de Bolsonaro ou de Lula. Eu odeio política. Naquela época, em 2018, o que era o Moro no Brasil? Ele era um símbolo, como ainda me parece que é. Era um símbolo de uma retidão muito grande. Ele implantou a Lava-Jato. Aquilo foi algo que lavou um pouco a alma do Brasil. Quando ele foi escolhido como ministro deu, não só em mim, acho que na população toda, uma sensação de: “esse cara aí não é corrupto”. Agora, existe uma polarização burra no Brasil, que eu não posso chamar de outra maneira. Começam a te catalogar como se fossem contra ou a favor do Bolsonaro. Eu nunca falei do Bolsonaro na minha vida, nem do Lula, nem de nada. Eu duvido que qualquer outra pessoa não tivesse tido a mesma sensação do que eu e um certo conforto de ter o Moro ali na Justiça. Só que a coisa foi para o outro lado. Teve a desavença dele com o presidente. Isso foi outro problema. O que tem de mal em confiar em uma pessoa?

(…)