Após Bolsonaro nomear general, ações da Petrobras caem 15%

Da Veja:
As críticas de Jair Bolsonaro à Petrobras derrubaram as ações da empresa na bolsa brasileira e a PETR4 fechou em queda de 6,63% nesta sexta-feira 19. Ainda assim, o presidente seguiu em frente na sua decisão de interferir na estatal e emitiu um comunicado depois do fechamento dos mercados com a indicação do general Joaquim Silva e Luna para substituir Roberto Castello Branco como presidente da Petrobras. Atual diretor da Itaipu Binacional e ex-ministro de Temer, Silva e Luna foi indicado após a eleição de Bolsonaro .
Como esperado, a repercussão é negativa para a empresa e o ADR da Petrobras, negociado na bolsa de Nova York, chegou a cair 15% no after market – anúncio da mudança aconteceu após o fechamento do pregão na B3. O economista Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e um dos responsáveis pela criação do Plano Real, publicou no final do dia em seu Twitter “Boa tarde Venezuela”. A frase se refere à interferência do governo de Hugo Chávez que provocou a decadência da PDVA, produtora de petróleo venezuelana que era uma das maiores do mundo. Como disse em artigo a VEJA José Toro Hardy, ex-diretor da PDVSA no auge da empresa, de 1996 a 1999, “Chávez se opunha de forma tenaz ao processo de abertura da indústria petrolífera”. A empresa passou de 3,3 milhões de barris adquiridos por dia para 390 mil barris.
“Lastimável decisão do governo de tirar Roberto Castello Branco do comando da Petrobras. Roberto é um profissional extremamente qualificado que tirou a empresa literalmente do fundo do poço após o maior escândalo de corrupção do planeta. Em seu lugar será nomeado mais um militar ”, postou Salim Mattar, ex-secretário de Desestatização do Governo Bolsonaro e presidente da Localiza Hertz, em seu Twitter, em uma rara crítica direta ao governo do presidente a qual serviu até 2020.
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