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Após condenação, médico que acorrentou funcionário negro diz que fez “brincadeira errada”

O médico Márcio Antônio Souza Júnior acorrentou seu caseiro simulando a época escravocrata. (Foto: Reprodução)

O médico Márcio Antônio Souza Júnior, conhecido como Doutor Marcim, condenado por racismo, justificou-se à juíza Erika Barbosa Gomes Cavalcante, da Vara Criminal da comarca de Goiás, afirmando ter feito uma “brincadeira errada”. Ele filmou e divulgou vídeos nos quais acorrentou um homem negro, seu caseiro, simulando a época escravocrata. O crime ocorreu em fevereiro de 2022, na Fazenda Jatobá, na Cidade de Goiás.

Em um dos vídeos, o médico mostra o homem acorrentado e diz: “Aí, ó, falei para ele estudar, mas ele não quer. Então, vai ficar na minha senzala.” A juíza condenou o médico a 2 anos e 6 meses de prisão e determinou uma indenização de R$ 300 mil por danos morais coletivos. O valor será dividido entre a Associação Quilombo Alto Santana e a Associação Mulheres Coralinas.

@uol

O médico Márcio Antônio Souza Júnior foi condenado a pagar R$ 300 mil em indenização após gravar e humilhar um homem negro que trabalhava em sua fazenda, em Goiás. Justiça entendeu que houve “racismo recreativo”. #uol #tiktoknotícias #crime #medico

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A vítima trabalhava na fazenda do acusado, recebendo salário mínimo para serviços pesados. O médico o acorrentou enquanto mostrava objetos em uma igrejinha da fazenda. A repercussão negativa foi nacional e internacional. A defesa do médico alega inocência e promete recorrer da condenação.

A juíza afirmou que o médico assumiu o risco ao produzir o vídeo, causando grande lesão à comunidade negra. Ela destacou que o racismo recreativo é racismo, e o vídeo reforça estereótipos racistas. A manifestação preconceituosa feriu a dignidade da comunidade negra, gerando a condenação.

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