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Após criticar, Dallagnol usará fundo eleitoral em sua campanha

Deltan Dallagnol (Podemos-PR). Foto: Divulgação

O ex-procurador Deltan Dallagnol (PR) pediu à direção de seu partido, o Podemos, uma fatia dos recursos públicos do fundo eleitoral para bancar sua campanha à Câmara dos Deputados deste ano – após anos criticando tal prática.

A assessoria de Dallagnol afirmou ao Metrópoles que “não usar o fundo é como ir para a guerra sem armas contra a velha política, que usa não só o fundo, mas dinheiro da corrupção nas suas campanhas”. “Se os bons não usarem, os ruins usarão e terão mais dinheiro para se eleger, e várias pesquisas já documentaram que existe forte correlação entre recursos investidos em campanha e número de votos”, justificou.

O Podemos recebeu do TSE R$ 212,6 milhões referentes ao fundo eleitoral. O ex-procurador, por sua vez, faz parte do grupo “200+”, que defende a extinção ou a redução do valor do fundão. Este ano porém, após votação realizada em dezembro de 2021, o Congresso Nacional aprovou o aumento do fundo. Todos os partidos juntos tiveram direito a R$ 4,9 bilhões, quase o triplo do R$ 1,7 bilhão de 2018.

Dallagnol chegou na época a criticar a decisão dos parlamentares nas redes sociais: “Enquanto muitos brasileiros passam fome e não têm o que comer, o Congresso derrubou veto do presidente e triplicou os recursos para o Fundo Eleitoral”. “O fundo eleitoral deve ser reduzido e progressivamente extinto, não aumentado. Enquanto existe, ou os partidos usam ou ficam em grande desvantagem em relação aos demais”, escreveu no Twitter.

Embora tenha decidido usar os recursos públicos do fundão, o ex-procurador diz que, se eleito, seu “compromisso” será “lutar para reduzir o fundo eleitoral em pelo menos dois terços” e para “baratear as campanhas eleitorais”.

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