Após Ernesto Araújo, Salles deve cair para abrir vaga ao Centrão

As acomodações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro em seis ministérios, nesta semana, serviram para aliviar, pelo menos um pouco, a pressão do meio político contra a gestão dele, em especial dos partidos do Centrão, que vinham ameaçando virar as costas contra o mandatário em meio às dificuldades do Executivo em controlar a pandemia da covid-19.
Num aceno às legendas, o chefe do Planalto trocou o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e entregou ao PL a pasta responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso. Apesar das várias mudanças, Bolsonaro não descarta outras modificações.
No momento, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, é o que mais corre risco de ser substituído. O caso dele assemelha-se ao de Ernesto Araújo, pois é tido no meio político como um expoente da ala ideológica do Planalto que compromete a imagem do Brasil perante a comunidade internacional, assim como o chanceler.
Nas últimas semanas, Araújo foi bastante criticado por parlamentares, que pressionaram Bolsonaro a exonerá-lo por conta da postura ideológica do diplomata no trato da política externa e da incapacidade dele de firmar acordos para a compra de vacinas.
Salles, por sua vez, é constantemente acusado por deputados e senadores de promover um desmonte na agenda ambiental brasileira, de não apresentar medidas para evitar queimadas e desmatamento ilegal nos biomas do país e de afastar o Brasil de organismos internacionais voltados ao meio ambiente.
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