Após erro de diagnóstico, mulher descobre câncer raro e enfrenta tratamento intenso

Luma Gonçalves, de 28 anos, enfrentou mais de um ano de dores e diagnósticos equivocados antes de descobrir que sofria de um câncer raro e agressivo. Inicialmente tratada como sinusite, a jovem só recebeu o diagnóstico correto após uma tomografia revelar um tumor maligno de quase seis centímetros em seu seio nasal. O exame confirmou o carcinoma adenoide cístico, que afeta as glândulas salivares e representa apenas 1% das neoplasias, sendo detectado já em estágio 4.
Após dificuldades com o plano de saúde, Luma recorreu a um financiamento coletivo e foi submetida a uma maxilectomia na Santa Casa de São Paulo. Na cirurgia, os médicos retiraram parte significativa da face, incluindo o maxilar esquerdo, sete dentes e parte do palato. Ela só conseguiu falar e engolir graças a uma prótese doada por uma ONG especializada em reabilitação orofacial.
Mesmo com a remoção dos tumores, as margens cirúrgicas foram comprometidas, exigindo continuidade do tratamento. Luma agora passa por 30 sessões de radioterapia e quimioterapia para tentar impedir a recidiva da doença, que possui taxa de retorno de até 60%. Mãe solo, ela afirma que o maior desafio emocional é imaginar o filho crescendo sem sua presença.
Especialistas explicam que o carcinoma adenoide cístico não tem rastreamento específico e os sintomas só surgem quando a doença já está avançada. Durante o Julho Verde, mês de prevenção dos cânceres de cabeça e pescoço, médicos alertam para sinais como feridas na boca que não cicatrizam, rouquidão persistente e sinusites que não melhoram, já que o diagnóstico precoce é essencial para o sucesso do tratamento.