Após tentar moderar o discurso, Bolsonaro cede a apoiadores e desiste de usar máscara
Do Estadão:

Não durou nem 24 horas a nova postura de Jair Bolsonaro (sem partido) usando máscara em eventos públicos e apoiando a vacinação contra o coronavírus.
Depois de adotar o comportamento como uma reação às críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva contra a condução do governo no combate à pandemia, Bolsonaro constatou que seu movimento de defesa foi visto como um gesto de temor da força política do adversário.
Ontem (11), já participou sem máscara da reunião virtual da frente parlamentar da Micro e Pequena Empresa e criticou duramente as medidas restritivas adotadas pelos governadores de São Paulo, João Doria, e do Distrito Federal, Ibaneis Rocha.
O vai e vem de Bolsonaro faz parte da grande confusão que se formou no grupo de aliados do presidente desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve suas condenações anuladas pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, e se tornou elegível para a disputa presidencial de 2022.
Surpreendidos pela decisão, Bolsonaro e alguns de seus aliados mais próximos, incluindo alguns integrantes da ala militar, avaliaram que seria importante rebater as críticas de Lula sobre a pandemia.
Num dia em que as mortes pela doença chegaram ao recorde de 2.349, o plano era mostrar que, ao contrário do que dizia Lula, o presidente estava engajado no combate à doença, buscando vacinação e usando máscara – algo que quase nunca fez.
Mas a estratégia causou efeito inesperado. A esquerda carimbou o movimento como uma mudança de Bolsonaro causada por Lula.
Irritados com o “carnaval” feito pelos petistas nas redes sociais, influentes seguidores do presidente reclamaram que ele parecia estar demonstrando medo do adversário publicamente, ao mudar de postura justamente no dia em que Lula fez sua reentrada no cenário político.
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