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Aras e André Mendonça fazem acenos a evangélicos querendo vaga no STF

Augusto Aras e André Mendonça. Foto: Wikimedia Commons

De Aguirre Talento, Bruno Góes, Leandro Prazeres e Natália Portinari no Globo.

De olho na vaga que será aberta em julho no Supremo Tribunal Federal (STF) com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Luís Mendonça, e o procurador-geral da República, Augusto Aras, fazem acenos para os evangélicos, segmento que o presidente Jair Bolsonaro já afirmou que pretende agradar com a indicação. A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu, na noite de quarta-feira, ao Supremo Tribunal Federal (STF), que sejam revogadas as medidas restritivas de combate à Covid-19 que impeçam cultos e missas. Na manhã de quinta, a AGU tomou a mesma iniciativa.

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Em outra frente, uma disputa entre os dois foi aberta sobre a abertura de inquéritos que investigam críticos ao presidente com base na Lei de Segurança Nacional (LSN). O vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, homem de confiança de Aras, pediu explicações a Mendonça sobre os inquéritos abertos a seu pedido quando comandava o Ministério da Justiça — ele deixou a pasta na segunda-feira.

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O atual AGU é visto como favorito para a indicação ao STF. Nas últimas semanas, segundo fontes ouvidas pelo GLOBO, Bolsonaro indicou a sua preferência a ministros, políticos e lideranças evangélicas.

Há duas semanas, em encontro com religiosos, Bolsonaro disse que se sentia “mais confortável” com a indicação de Mendonça. O ministro é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil, mas não possui proximidade com a bancada evangélica no Congresso. A primeira indicação de Bolsonaro, o ministro Kassio Nunes Marques, chegou a causar mal estar com o grupo, já que o presidente havia anunciado publicamente que colocaria no STF um nome “terrivelmente evangélico”. Após o ruído, ele garantiu que cumpriria agora a promessa.

Também cotado para o STF, Aras protocolou na noite de quarta-feira pedido, na Corte, para suspender todos os decretos estaduais e municipais que proíbam a realização de cultos, missas e outras atividades religiosas que tenham caráter coletivo. Na avaliação de Aras, a liberdade religiosa está garantida pela Constituição Federal e a assistência espiritual seria “essencial” para muitas pessoas durante a epidemia.

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