“Aras não demonstra coragem onde deveria”, diz procurador de Justiça aposentado

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Após briga entre o procurador procurador-geral da República Augusto Aras com subprocurador-geral Nivio de Freitas durante a sessão de cúpula do Conselho Superior do Ministério Público Federal que tratará da eleição das câmaras temáticas da PGR, Airton Florentino de Barros, ex-presidente do Movimento do Ministério Público Democrático (MPD). Barros ainda afirmou que o constragimento poderia ter sido pior e criticou os posicionamentos do procurador.
“O PGR dá uma de corajoso onde não deve. Onde deveria demonstrar coragem, não demonstra”, declarou. Além disso, ele destacou que seria cabível a exoneração de Aras e comentou sobre a situação, após criticar a falta de coragem por omitir condenações.
“Poderia haver sanção administrativa por tal conduta, mas não há precedente de punição funcional a PGR”, disse. “Mas não é provável qualquer iniciativa do próprio MPF”.
Além disso, ex-procuradores-gerais da República condenaram omissões de Aras em não investigar autoridades. Por exemplo, ele arquivou pedido para recomendar a Bolsonaro não criticar a política de saúde, além de ter vetado recomendações de procuradores ao gabinete de acompanhamento da Covid-19.
Conrado Hübner Mendes, professor de Direito da USP, acusou Aras de omissão em relação a atos e discursos de Bolsonaro com relação à pandemia. Aras apresentou queixa por injuria, calunia e difamação após as denúncia de Mendes..
Recentemente o Superior Tribunal de Justiça (STJ) encerrou ação penal movida por Aras contra o jornalista André Barrocal. Em artigo, Barrocal se referiu ao PGR como “cão de guarda” de Bolsonaro, “perdigueiro” e “procurador de estimação”.