Arqueólogos encontram primeiros registros de piercing dentário em crianças maias

Arqueólogos identificaram pela primeira vez dentes de crianças da civilização maia com incrustações de pedras de jade, prática antes conhecida apenas entre adultos e adolescentes. Três dentes datados do século 10 d.C., pertencentes a crianças de 8 a 10 anos, foram analisados em um estudo publicado na Journal of Archaeological Science: Reports. Eles integram a coleção de esqueletos pré-hispânicos do Museu Popol Vuh, na Guatemala.
As modificações dentárias, comuns entre os maias entre 250 d.C. e o fim da civilização, eram feitas com ferramentas de pedra para inserir pedras de jade ou obsidiana. Embora esses dentes tenham sido encontrados soltos, sem contexto arqueológico, os pesquisadores acreditam que os piercings foram realizados ainda em vida. Até então, o único registro similar em criança era de um exemplar do Belize, possivelmente ornamentado após a morte.
Especialistas levantam hipóteses de que a prática pudesse marcar um status de maturidade social, já que na cultura maia as crianças passavam a assumir responsabilidades próximas às dos adultos por volta dos 10 anos. Assim, os adornos dentários poderiam simbolizar a transição para uma nova etapa da vida, reforçando a importância cultural e simbólica dessa tradição mesoamericana.