Arquidiocese se manifesta sobre padre que rejeitou nome de bebê em batizado

A Arquidiocese do Rio de Janeiro se manifestou sobre a polêmica envolvendo um batizado realizado em uma igreja do Leblon, em que a família da criança afirma que o padre se recusou a pronunciar o nome da menina Yaminah alegando não ser cristão e ter relação com outro culto. Segundo nota oficial, o batismo seguiu corretamente o ritual romano.
A instituição afirma que o nome não é citado em todos os momentos da celebração, apenas em partes específicas da liturgia. O comunicado ainda diz que sacerdotes podem, em alguns casos, oferecer orientações pastorais quanto à escolha de nomes, mas que essas orientações têm caráter apenas aconselhativo, não representando impedimento ou recusa ao sacramento.
A Arquidiocese alegou que repudia qualquer forma de discriminação e reforçou o compromisso com o acolhimento e o respeito à diversidade cultural. De acordo com os pais, o nome Yaminah foi escolhido por seu significado simbólico de justiça, prosperidade e direção. Eles afirmam que, durante a cerimônia, o padre se referiu à filha apenas como “a criança”, o que motivou a queixa formalizada.
O caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância como preconceito por raça, cor ou religião. O Código de Direito Canônico prevê que se evitem nomes considerados “alheios ao sentido cristão”, mas não impõe obrigatoriedade de nomes ligados a santos.
@g1 🤔⛪ Nome no batizado – Padres podem se recusar a batizar bebê por causa do nome? Um vídeo gravado durante um batizado em uma igreja católica do Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, mostra o momento em que o padre evita pronunciar o nome da criança. A família diz que o religioso se recusou a dizer o nome da menina Yaminah, alegando que teria ligação com um culto religioso. Assista ao vídeo da repórter Nayara Fernandes para entender o que dizem o Código de Direito Canônico da Igreja Católica e especialistas ouvidos pelo g1. Saiba mais em g1 batizado igrejacatólica
Leia o comunicado da Arquidiocese na íntegra:
A Arquidiocese do Rio de Janeiro tomou conhecimento acerca da celebração do Batismo realizado na Paróquia Santos Anjos, no Leblon, próxima à Cruzada São Sebastião, no dia 16 de agosto.
Esclarecemos que o Batismo de crianças foi celebrado corretamente, segundo o Ritual Romano do Batismo de Crianças (tradução portuguesa para o Brasil, segunda edição típica). De acordo com esse rito, o nome das crianças a serem batizadas não é mencionado em todos os momentos da celebração, mas em um momento específico previsto pela liturgia. O ritual foi seguido fielmente, com o nome desejado pela família sendo devidamente pronunciado e registrado no livro paroquial, bem como na lembrança de Batismo entregue aos pais.
O Código de Direito Canônico, no Cânon 855, dispõe que “os pais, padrinhos e pároco cuidem para que não seja imposto nome estranho ao sentido cristão”. Em algumas ocasiões, sacerdotes podem oferecer orientações pastorais sobre a escolha de nomes, mas estas têm caráter exclusivamente aconselhativo e jamais constituem impedimento ou recusa do sacramento.
A Arquidiocese repudia qualquer forma de discriminação e reafirma seu compromisso com o acolhimento, com o diálogo respeitoso e com o respeito à diversidade cultural de nosso povo.
Permanecemos à disposição para prestar informações adicionais e colaborar com a correta compreensão dos fatos.
Assessoria de Comunicação da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro