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Arraiá, quadrilha e quentão: de onde vêm as tradições da festa junina

Dança e decoração típica da festa junina. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O mês de junho traz consigo uma das festas mais tradicionais do Brasil: as celebrações juninas, que homenageiam os santos Antônio, João e Pedro. Com raízes europeias trazidas pelos portugueses durante o período colonial, os festejos incorporaram expressões populares que refletem a cultura do país. Da quadrilha ao quentão, cada elemento carrega uma história curiosa sobre como se tornou símbolo dessa época do ano.

A quadrilha, dança típica dos “arraiás”, tem origem francesa e foi adaptada no Brasil a partir das danças de salão aristocráticas. Comandada por um marcador, a coreografia inclui termos como “anarriê” (do francês “en arriére”, para voltar), “avancê” (“avancer”, avançar) e “balancê” (“balancer”, balançar). Já as coloridas bandeirinhas, hoje enfeites tradicionais, surgiram de bandeiras religiosas que estampavam imagens dos santos juninos.

Entre os rituais menos conhecidos está a lavagem dos santos, prática que consiste em mergulhar em água as bandeiras com os rostos dos santos para purificação. Outra tradição é o correio elegante, brincadeira ligada a Santo Antônio, o “santo casamenteiro”, em que bilhetes românticos são trocados anonimamente durante a festa. Já o quentão, bebida típica que aquece as noites frias, teria surgido no interior de Minas Gerais e São Paulo.

Completam as tradições o pau de sebo, competição de origem portuguesa onde participantes tentam subir em um tronco untado para pegar um prêmio, e o próprio termo “arraial”, que originalmente se referia a aldeias temporárias e hoje designa o local das festividades. Esses elementos, que variam de região para região, mantêm viva uma das manifestações culturais mais autênticas do Brasil.